sexta-feira, 19 de março de 2010

19 de março... Folhas de Relva

Estes pensamentos são os de todos os homens de todas as eras e terras, não se originaram comigo.
Se não são seus tanto quanto são meus, então não são nada, ou quase nada,
Se não abarcam tudo então são quase nada,
Se não são o enigma e a solução do enigma não são nada,
Se não estão perto tanto quanto longe não são nada.

Esta é a relva que grassa onde quer que haja terra e água,
Este é o ar comum que banha o globo.

Este é o hálito das leis, canções, comportamento,
Esta é a água insípida das almas …. este é o verdadeiro alimento,
É pros iletrados …. pros juízes da suprema corte .… pra capital federal e o estado do capitólio,
Pra comunidade admirável dos literatos e compositores e cantores e oradores e engenheiros e sábios,
É para as raças infinitas de trabalhadores, agricultores e marinheiros.

Isto é o trinar de mil trompetes e o grito da oitava flauta e o ataque dos triângulos.
Não toco marchas só pros vencedores …. também toco pros mortos e vencidos com o mesmo espírito.

Já ouviu alguém dizer que foi bom ganhar o dia?
Pois digo que também é bom cair .... batalhas são perdidas com o mesmo espírito com que são vencidas.
Bato em mim tambores triunfantes para os mortos .... lanço pelos bocais a música mais animada e alta para eles,
Viva todos fracassados, que tiveram seus navios de guerra naufragados, todos os que afundaram no mar....

(Walt Whitman)

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